Illusions

quinta-feira, agosto 02, 2007

ADORMECIDA ...

Entrei no metro como habitual, e contráriamente ao habitual, sentei-me sem grande procura ou luta. É engraçado aquilo que fazermos no dia a dia em piloto automático. Minutos que se escoam da nossa memória sem darmos por isso! Como se nos pudessemos dar ao luxo de deitar fora minutos da nossa vida ...!

Felizmente de óculos escuros, dei por mim a olhar para as mãos do meu vizinho da frente. Homem normalíssimo de olhos castanhos e atentos ao que se passa em seu redor. Não sei o que me chamou a atenção e me trouxe de volta à realidade. Talvez os seus olhos atentos me tivessem lembrado os teus, ou os braços nus espreitando por debaixo das mangas do casaco.

Deixei-me ficar, a coberto dos meus óculos escuros, a olhá-lo. Tinha qualquer coisa que me fazia lembrar de ti ... e embalada nas recordações passei do riso às lágrimas, da euforia à tristeza. Passei em revista todos os nossos momentos, vi-te novamento com o teu sorriso maroto, ouvi novamente a tua voz ao meu ouvido ... Continuas dentro de mim, mais ou menos adormecido, pronto a sair à mais pequena provocação ...

Caro Senhor , não se apercebeu de ter provocado um turbilhão de emoções numa simples desconhecida. Estou-lhe profundamente agradecida, por me ter tirado da sonolência de um fim de tarde em piloto automático, e me ter evocado as sempre deliciosas recordações do meu Amor !